"Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta."
Carl Jung
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1. O aforismo e o cataclismo são derivados de substantivos gregos do gênero masculino. Observe bem a terminação em o! O uso equivocado (Quem já não o cometeu?) de "aforisma" e "cataclisma" deve-se à analogia que se faz com crisma, aneurisma, sofisma (vocábulos de origem grega, também).
2. "Ele acabou-se acostumando." O certo é: "Ele acabou acostumando-se". Primeiro, é preciso considerar que o pronome se une-se ao verbo acostumar, e não a acabar. Depois, o gerúndio (acostumando) exige a ênclise (posição do "se" após o verbo).
3. "Acostumaria-se ele ao novo sistema?" Errado! O certo é: "Acostumar-se-ia ele ao novo sistema?" Isso aí se chama "mesóclise" (colocação do pronome no meio do verbo) e é abominado pelos estudantes, em geral. Poderia ser adotada esta fuga ao problema: "Ele se acostumaria ao novo sistema?"
4. "Se eles não reverem sua posição, estarão em maus lençóis."
Errado! Ora, se o verbo rever é derivado de ver, a forma correta há de ser: "Se eles não revirem (futuro do subjuntivo)..."
5. Quejando...? O que é isso? Seria uma espécie rara de "quejos"? Ora, "quejos" não existe. E então...? Quejando é um pronome indefinido e quer dizer: semelhante, da mesma espécie.
6. Lemos em jornal, em prestigiada coluna: "Fulana de Tal, mestre-de-cerimônia do evento..." Em primeiro lugar, o termo correto é: "mestre-de-cerimônias (...as!)" Depois, o feminino é: "mestra-de-cerimônias".
7. Lemos em jornal, na mesma coluna, no mesmo dia: "Fulano ciceronea..." O correto é "ciceroneia"! Cuidado com a conjugação dos verbos em -EAR! Lembre-se de frear, titubear, ratear etc., que também recebem um "i" nas formas rizotônicas, ou seja, em que a sílaba tônica fica na raiz do verbo: freia, titubeia, rateia etc. No entanto: freamos, titubeamos, rateamos etc.
8. Lemos também em jornal: "Falta candidatos." O certo é: "Faltam candidatos."
9. Lenocínio denominação legal do tráfico de mulheres.
10. Ocarina espécie de flauta, com oito furos.
11. ALCATÉIA é o coletivo (grande quantidade) de lobos. Também usado para designar bando de animais ferozes.
12. "O fato dos alunos colarem é muito sério." Sim, há algo errado, além do aspecto moral! O certo é: "O fato de os alunos colarem é muito sério." Ocorre que temos aí duas orações: a) "O fato é muito sério"; b) "de os alunos colarem". Ora, "os alunos" é sujeito da oração "os alunos colarem". Por isso, sendo sujeito, não pode vir regido de preposição "de" (de + os). Por outra, o "de" se refere ao verbo "colarem" e não ao substantivo "alunos". Mas, sempre foi assim? 99% das pessoas desconhecem isso... Mas, sempre foi assim. As pessoas que têm interesse em aprimorar-se no traquejo dos copiosos recursos que a língua portuguesa oferece... sabem disso. "Profundai a escavação, incansáveis como o mineiro no garimpo!" (Rui Barbosa)
13. Lemos em jornal de grande circulação na Capital: "Imigrantes haitianos voltam ao país para ajudar na reconstrução."
O termo "imigrantes" está usado impropriamente, aí. Ora, se estão voltando ao país de origem, eles são "emigrantes" (que um dia saíram do país). E não "imigrantes". Percebem a diferença?
Gratos a todos pela colaboração. Por hoje, é só. Até o próximo domingo!
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